Pesquisa com células-tronco obtém resultados positivos no tratamento de insuficiência renal
As pesquisas sobre o uso de células-tronco para o tratamento de portadores de doença renal crônica estão  evoluindo. Um exemplo é o estudo coordenado pela nefrologista Lúcia  Andrade, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).
Após introduzir células-tronco retiradas da medula óssea de ratos saudáveis em outros com insuficiência renal,  a técnica gerou uma reversão do quadro da doença. Os resultados sugerem  que as células-tronco, provenientes de animais adultos, são capazes de  prevenir e até mesmo de regenerar a função e o tecido renal. Se resultados similares fossem obtidos em humanos, o método poderia, por exemplo, dispensar a diálise.
O grupo utilizou roedores que passaram  por cirurgias para simular a doença. Na simulação, os animais ficaram  com apenas 20% da função renal. Foram aplicadas duas estratégias  diferentes de tratamento. Duas semanas depois da cirurgia, um grupo de  ratos recebeu uma injeção com 2 milhões de células-tronco na corrente  sanguínea e outro recebeu três aplicações.
No quarto mês após o início do experimento, os dois grupos de ratos tiveram recuperação da função renal,  conseguindo 50% de filtração. Segundo Lúcia Andrade, uma pessoa com  apenas 20% da função renal necessita fazer diálise, sendo que com 50% de  filtração ela conseguiria levar uma vida normal à base de dieta e  acompanhamento médico.
Os testes feitos inicialmente com ratos  serão conduzidos com cães com insuficiência renal. Segundo Lúcia, é  necessário entender melhor o mecanismo, uma vez que as células injetadas  podem migrar para tecidos não desejados.
A pesquisadora destaca que não existe ainda uma explicação para a melhora da função renal  a partir da aplicação de células-tronco. Uma possível resposta seria  que elas migrariam para o tecido lesionado e liberariam tanto  substâncias inibidoras dos agentes inflamatórios que causam a  insuficiência renal como elementos que induzem a regeneração das células  do rim.
O estudo foi publicado na revista Stem Cells.
Fonte: Agência Fapesp
 
 
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