sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Lúpus causa transtorno emociona l(Procurar a felicidade)

              Lúpus causa transtorno emocional
Produzido por Cecília Dionizio
Para o professor da Unifesp, Beny Schmidt, uma das formas de se prevenir as doenças autoimunes é buscar a felicidade











Equilíbrio emocional combate doenças autoimunes

O Diário entrevista Beny Schmidt, chefe do Laboratório de Patologia Neuromuscular e professor adjunto de Patologia Cirúrgica da Unifesp, que fala sobre como o estresse emocional leva a maior dificuldade em controlar o lúpus, além do fato de impedir a realização de pequenas atividades que trazem felicidade.
Para Schmidt, o bem-estar pode ajudar não só no tratamento das doenças autoimunes, mas também na sua prevenção. “As mulheres continuam cuidando da casa, da família, mas também têm de trabalhar e fazer muitas outras atividades. Elas estão sobrecarregadas e seus corpos e suas mentes estão pedindo a conta desse acúmulo de funções”, diz o especialista.

Diário da Região - O que são doenças autoimunes?
Beny Schmidt - As doenças autoimunes ocorrem quando o sistema imunológico - linfócitos e plasmócitos, que normalmente são células de defesa do organismo - deixa de reconhecer o próprio corpo e passa a atacar tecidos saudáveis do organismo. São doenças relacionadas às emoções humanas, próprias da nossa condição. O estresse emocional é a maior causa de doenças do mundo moderno. Toda alteração grave emocional cursa com imunossupressão, reduzindo a atividade do sistema imunológico.

Diário - Como o estresse pode ser evitado para não ter o problema agravado?
Schmidt - Exercício físico. A atividade física deixou de ser simplesmente lúdica. Hoje, o esporte é fundamental para a saúde, já que, entre outros benefícios, ajuda a neutralizar a ação dos neurotransmissores que são liberados pelo estresse. A prática de exercícios, quaisquer que sejam eles, por mais de 20 minutos, leva nosso corpo a produzir uma substância chamada endorfina, que dá uma sensação de conforto, prazer, alegria e bem-estar.

Diário - Quais são os primeiros sinais para que a pessoa consiga ter um diagnóstico precoce?
Schmidt - Principalmente, a tristeza. Melancolia profunda e depressão são sinais de que algo no corpo não vai bem. Já os sinais físicos dependem do tipo de doença. Normalmente, nas doenças autoimunes, são o cansaço, o mal-estar e a febre, por isso é difícil para ser identificada sem exames.

Diário - Existe alguma forma de prevenção?
Schmidt - Procurar a felicidade. Não há outro tipo de prevenção para doenças autoimunes. O estado do corpo depende muito do estado da mente. Procurar relaxar, evitar o estresse, amar muito, curtir a vida é fundamental para manter o corpo saudável por mais tempo e manter as doenças longe.

Diário - Quais os medicamentos que mais surtem efeitos? Os biológicos estão entre eles?
Schmidt - Os medicamentos são hoje imunossupressores. Ao tomar corticoide, você melhora, mas fica dependente. O melhor seria resolver a origem do seu problema. Os medicamentos eliminam os glóbulos brancos, linfócitos, plasmócitos. No tratamento que eu faço, só é usado medicação quando extremamente necessário. Os que eu mais uso nas doenças autoimunes são imunossupressores, apenas para iniciar o tratamento, para que a pessoa readquira confiança.

Diário - O que é possível fazer para ter uma vida com qualidade?
Schmidt - Praticar exercícios, fazer o que gosta.
Diário - Qual a progressão da doença quando ela não é tratada desde o início?
Schmidt - As doenças autoimunes que são mal-conduzidas levam inexoravelmente os pacientes à morte. As pessoas morrem com falência dos órgãos, com a perda da massa muscular. É muito importante estar atento a quem vai tratar a doença. Hoje em dia, a medicina tem a tendência de tratar o diagnóstico e não a pessoa.

Diário - Quais são os números do lúpus no País, hoje, e de esclerose múltipla?
Schmidt - Segundo dados da Organização Mundial de Saúde, mais de 30 mil brasileiros são atingidos pela esclerose múltipla. Quanto ao lúpus, cerca de 60 mil. Porém, são estimativas muito difíceis de ter, já que a maioria não é sequer diagnosticada, por isso não acredito que os números sejam confiáveis.

Diário - Que outras doenças neuromusculares são mais comuns?
Schmidt - Polineuropatias periféricas, muitas vezes causadas por excesso de medicamentos, que são alterações que ocorrem nos nervos do corpo,provocando dores fortes, fraqueza em regiões específicas do corpo, entre outros sintomas.


Revelação de Lady Gaga ser portadora de lúpus ajudou a chamar atenção para a doença
O lúpus passou a ser mais conhecido quando personalidades como Lady Gaga e Astrid Fontenelle assumiram ser portadoras da doença, que, além de autoimune e crônica, pode ser fatal se não for tratada de forma precoce. Cerca de cinco milhões de pessoas em todo o mundo sofrem de várias formas de Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES). O lúpus é resultado de um desequilíbrio no nosso sistema imunológico – justamente o responsável por nos proteger. Na doença, nossa defesa imunológica se vira contra os tecidos do próprio organismo, como pele, articulações, fígado, coração, pulmão, rins e cérebro.

De acordo com a Associação Brasileira de Pacientes com Lúpus (Abrales), existe uma média de duas mil pessoas com a doença a cada 10 mil habitantes no país. Já segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia, do total de pacientes com lúpus, 20% se encontram na faixa etária pediátrica (até 16 anos), enquanto 80% manifestam a doença após os 17 anos. Dentre os inúmeros desconfortos, nada é tão intenso quando o isolamento social.

A Abrales afirma que hoje há pacientes que nem saem de casa porque ficam com vergonha das manchas que aparecem na pele, em especial no rosto. Sem falar que a exposição ao sol faz a doença piorar. E para evitar isso, a alternativa é usar chapéus, lenços e outros acessórios que protejam da exposição solar.

Nova droga

O assunto é um dos temas em discussão no Encontro Anual do Colégio Americano de Reumatologia (ACR), onde estão reunidos profissionais de todo o mundo desde o dia 10. E como há mais de 56 anos não havia uma nova medicação para tratar a doença, a aprovação pelo FDA (orgão que regula medicamentos e alimentos nos Estados Unidos) de uma nova droga, em março passado, ainda que muito cara para os padrões do Brasil - e ainda não liberada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) - é um dos poucos motivos para comemoração entre os profissionais que lidam com a doença diariamente.

Trata-se do princípio ativo belimumab (Benlysta), que já está sendo comercializado nos Estados Unidos e na Europa e, de acordo com o pesquisador Roger Levy, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro e médico do Hospital Universitário Pedro Ernesto, que participa dos estudos, o fármaco é o primeiro remédio para lúpus direcionado a um alvo biológico específico. Ou seja, é indicado para casos de lúpus de níveis elevados de inibidores específicos do estimulador de linfócito B (BlyS), que contribuem para a produção dos anticorpos que atacam e destroem os tecidos saudáveis do organismo.

Os primeiros resultados desta nova medicação, segundo Fora isso, o que ela observa é que, até agora, o Brasil está equiparado em termos de tratamento em relação ao que se faz lá fora. A reumatologista Emília Inoue Sato, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), que acompanha o encontro, em Washington, reconhece que na prática ainda faltam mais novidades para tratar as lesões cutâneas provocadas por uma das formas do lúpus.

“O mais importante destaque até aqui é o fato de que cerca de 30% das lesões agudas de pele são causadas por fármacos e, portanto, seria interessante que os médicos optassem por excluir os excessos que são causadores de lesões gravíssimas nestes pacientes”, diz. A apresentadora Astrid Fontenelle, ao saber da doença no início do ano, disse que só descobriu porque buscou um médico devido a um inchaço em suas mãos e a dificuldade em fechá-las, o que lhe causou estranheza. Ao chegar no especialista, por pouco já não havia perdido toda a função renal


Guilherme Baffi                         
Lúpus pode levar a inflamações do coração e dos vasos sanguíneos, entre outros problemas, diz Vincenzina
.Diferentes sintomas

Há uma série de sintomas que podem apontar na direção do lúpus, dentre eles estão, além de lesões na pele, fadiga extrema, articulações doloridas e inchadas, febres inexplicáveis, erupções cutâneas e problemas renais. “O lúpus pode levar à artrite, insuficiência renal, inflamações do coração e dos pulmões, anormalidades do sistema nervoso central, inflamação dos vasos sanguíneos e distúrbios sanguíneos”, alerta a reumatologista Vincenzina Santângelo, da Clínica Revitare, de Rio Preto.

A médica lembra também que existem outras manifestações que podem ocorrer devido à diminuição das células do sangue (glóbulos vermelhos e brancos), e de anticorpos contra essas células. “Esses sintomas podem surgir isoladamente ou em conjunto. Também as crianças, adolescentes ou mesmo adultos podem apresentar inchaço dos gânglios (ínguas), que, em geral, é acompanhado por febre e pode ser confundido com sintomas de infecções, como rubéola mononucleose”, explica.

A reumatologista rio-pretense observa que o lúpus pode ocorrer em pessoas de qualquer idade, raça e sexo, porém as mulheres são mais acometidas. E ele tem uma certa prevalência nas pessoas com idade entre 20 e 45 anos, e é mais frequente em pessoas mestiças e afrodescendentes. 


http://www.diarioweb.com.br/novoportal/Noticias  /Saud/117976,,Lupus+causa+transtorno+emocional.aspx 

O que é Anti-histamínico: é o nome de uma classe de medicamentos usados no alívio dos sintomas das manifestações alérgicas, como na rinite, conjuntivite alérgica, gripe (com muita coriza), urticária, reações de hipersensibilidade, enjôos e vômitos.






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