10/05/2013 - 03h30
Morton Scheinberg: A conquista do lúpus
Lúpus é uma doença que afeta diversos órgãos do corpo humano. Ocorre quando anticorpos dos pacientes produzidos pelas células conhecidas como B do sangue periférico e dos tecidos passam a atacar o seu próprio organismo, caracterizando o que se conhece como doença autoimune.
Trata-se de uma doença que acomete principalmente mulheres jovens no período mais produtivo da vida. As manifestações clínicas são variadas, dificultando o diagnóstico em certas circunstâncias.
Os sintomas mais frequentes são dores nas articulações, febre, inchaço por todo o corpo (devido ao acometimento do rim) e queda dos glóbulos brancos e às vezes das plaquetas, que fazem parte dos mecanismos de coagulação.
Podem também aparecer manchas no rosto conhecidas como "asa de borboleta"--se agravam com a exposição ao sol.
A frequência é aproximada de 50 pacientes por 100 mil habitantes. Estima-se que aproximadamente 5 milhões de pessoas sofram dessa enfermidade no mundo.
Nem todos os pacientes com lúpus apresentam as mesmas reações. O reumatologista irá basear seu diagnóstico no conjunto de sintomas. A presença de alterações laboratoriais presentes no lúpus podem ajudar a compor o diagnóstico, mas sozinhas não bastam para tanto.
O tratamento do lúpus varia conforme a gravidade das manifestações clínicas. Nos casos mais severos, utiliza-se anti-inflamatórios hormonais (cortisona) e drogas conhecidas como imunessupressoras (controlam a excessiva produção de autoanticorpos).
Nos últimos anos, o tratamento apresentou grandes avanços. Mas, nos 50 anos anteriores, não houve introdução de medicamentos.
Uma medicação aprovada para uso em transplantes conhecida como micofenolato mostrou ser capaz de controlar o acometimento do rim na doença.
Mais recentemente, dois novos grupos de medicamentos dirigidos contra a célula B produtora de anticorpos mostrou-se eficaz em controlar a progressão da doença.
O primeiro deles passará a ser usado no Brasil a partir de junho. O segundo foi divulgado no Congresso Mundial de Lúpus, há duas semanas, por investigadores do Hospital Abreu Sodré.
Esse hospital, parte do complexo da AACD (Associação de Assistência à Criança Deficiente em São Paulo), por meio de pesquisas clínicas, tem sido um dos principais centros no mundo a colaborar na obtenção de conhecimentos para o alívio dos pacientes portadores da doença.
Hoje, Dia Internacional de Atenção ao Paciente Portador de Lúpus, há muito para se comemorar. Não estamos mais diante de uma doença devastadora. O fardo físico, emocional e financeiro está diminuindo. Estamos próximos da conquista da doença.
MORTON SCHEINBERG, 68, doutor pela Universidade Boston e professor livre docente da USP, é pesquisador do centro de pesquisas clínicas do Hospital Abreu Sodré e clínico e reumatologista do Hospital Israelita Albert Einstein
http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2013/05/1276223-morton-scheinberg-a-conquista-do-lupus.shtml
Morton Scheinberg: A conquista do lúpus
Lúpus é uma doença que afeta diversos órgãos do corpo humano. Ocorre quando anticorpos dos pacientes produzidos pelas células conhecidas como B do sangue periférico e dos tecidos passam a atacar o seu próprio organismo, caracterizando o que se conhece como doença autoimune.
Trata-se de uma doença que acomete principalmente mulheres jovens no período mais produtivo da vida. As manifestações clínicas são variadas, dificultando o diagnóstico em certas circunstâncias.
Os sintomas mais frequentes são dores nas articulações, febre, inchaço por todo o corpo (devido ao acometimento do rim) e queda dos glóbulos brancos e às vezes das plaquetas, que fazem parte dos mecanismos de coagulação.
Podem também aparecer manchas no rosto conhecidas como "asa de borboleta"--se agravam com a exposição ao sol.
A frequência é aproximada de 50 pacientes por 100 mil habitantes. Estima-se que aproximadamente 5 milhões de pessoas sofram dessa enfermidade no mundo.
Nem todos os pacientes com lúpus apresentam as mesmas reações. O reumatologista irá basear seu diagnóstico no conjunto de sintomas. A presença de alterações laboratoriais presentes no lúpus podem ajudar a compor o diagnóstico, mas sozinhas não bastam para tanto.
O tratamento do lúpus varia conforme a gravidade das manifestações clínicas. Nos casos mais severos, utiliza-se anti-inflamatórios hormonais (cortisona) e drogas conhecidas como imunessupressoras (controlam a excessiva produção de autoanticorpos).
Nos últimos anos, o tratamento apresentou grandes avanços. Mas, nos 50 anos anteriores, não houve introdução de medicamentos.
Uma medicação aprovada para uso em transplantes conhecida como micofenolato mostrou ser capaz de controlar o acometimento do rim na doença.
Mais recentemente, dois novos grupos de medicamentos dirigidos contra a célula B produtora de anticorpos mostrou-se eficaz em controlar a progressão da doença.
O primeiro deles passará a ser usado no Brasil a partir de junho. O segundo foi divulgado no Congresso Mundial de Lúpus, há duas semanas, por investigadores do Hospital Abreu Sodré.
Esse hospital, parte do complexo da AACD (Associação de Assistência à Criança Deficiente em São Paulo), por meio de pesquisas clínicas, tem sido um dos principais centros no mundo a colaborar na obtenção de conhecimentos para o alívio dos pacientes portadores da doença.
Hoje, Dia Internacional de Atenção ao Paciente Portador de Lúpus, há muito para se comemorar. Não estamos mais diante de uma doença devastadora. O fardo físico, emocional e financeiro está diminuindo. Estamos próximos da conquista da doença.
MORTON SCHEINBERG, 68, doutor pela Universidade Boston e professor livre docente da USP, é pesquisador do centro de pesquisas clínicas do Hospital Abreu Sodré e clínico e reumatologista do Hospital Israelita Albert Einstein
http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2013/05/1276223-morton-scheinberg-a-conquista-do-lupus.shtml
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